A Love Almost Impossible. 4°Cap.

Meus pais e eu almoçamos fora com o tio Jeremy. Tammy havia ido pra o hotel.
Quando deu 19:00 horas eu fui me arrumar.
Quando desci estava só eu lá embaixo, eu fui a primeira a ficar pronta.
Aproveitei que eu estava sozinha e fui mexer em algumas coisas. Peguei alguns álbuns de fotografias da família.
Tinha várias fotos que eu nunca havia visto na vida. Tinha algumas fotos do tio Jeremy com um garoto loirinho e magricelo. Parecem ter um bom relacionamento – pensei. Algumas de Jeremy com uma linda mulher dos olhos azuis. Provavelmente seria a tal “ex”.
Enquanto eu fuçava as coisas, que eu não sabia se eu podia,Jeremy chegou.

- O que esta fazendo? – sua voz não demonstrava incômodo.
- Desculpa, eu estava apenas vendo algumas fotos.
- Tudo bem.

Ficou silêncio por um tempo. Então Jeremy tentou puxar assunto.

- E então, como foi o dia?
- Bem, me diverti muito arrumando a casa.
- A casa está muito linda mesmo. – ele olhava ao redor para conferir cada canto da casa.
- Obrigada.  Então, como vocês costumam passar o natal em Startford?
- Olha, para ser sincero eu não sei muito. Faz muito tempo que não passo o natal aqui, e imagino que muitas tradições tenham mudado.
- Tanto tempo assim?
- Sim, desde meus 18 ou 20 anos.
- Nossa. – tentei não mostrar muita surpresa,pois não queria que ele pensasse que eu o achasse velho.
- E como vocês passam? – Ele perguntava a respeito de minha família em Toronto ou Winnipeg.
- Ah, normal.
- E o que é normal?
- Não sei. Algo como comer em família, trocar presentes e divertirmos...
- Hmm é uma boa maneira de comemorar.
- Mesmo.

Nós conversamos por um longo tempo, até que finalmente meus pais ficaram prontos, e um tempo depois meus tios – Tammy e o marido. – e meus dois primos chegaram.
A noite parecia muito chata e demorada. Não via a hora de dar meia-noite de uma vez.
Eu estava quase dormindo, quando finalmente o relógio de cuco da cozinha tocou. Levantei-me ansiosamente.
Fomos todos para a mesa de jantar, demos as mãos e oramos. Agradecemos pela comida, pela família, pela casa, por mais um dia de vida.
Depois sentamos para comer. Estava uma delicia.
Depois de comermos fomos abrir os presentes, bom eu ganhei jogos para Nintendo, roupa e maquiagem.
Quando eu ia agradecer Jeremy pelo presente, alguém bateu na porta.

- Até que enfim! – Jeremy estava muito feliz

Ele saiu correndo até a porta. Eu não vi a hora que ele abriu, porque fui pegar um copo com refrigerante, mas quando voltei, lá estavam mais duas pessoas.

- Mary, esses são Pattie e Justin. – Jeremy apresentou-me os recém chegados.
- Ah, Oi prazer. Chamo-me Mary... Na verdade, Mary Jane.

A moça, Pattie, tem cabelos escuros e olhos azuis. Parece uma princesa. E já o garoto é loirinho e muito simpático. Depois de um tempo percebi que eles eram os mesmos que eu havia me visto no álbum da família mais cedo.  Realmente aqueles eram o filho dele e a “namorada” – não sei se posso dizer assim.
A noite estava passando os adultos estavam praticamente embriagados, ou estavam apenas felizes demais. Meus primos já tinham dormido, sobramos apenas eu e Justin. Nós não havíamos trocado nenhuma palavra, na verdade, não foi por falta de vontade, foi por pura falta de coragem.
Já ia ser cinco da manhã, estava completamente entediada, ouvindo as babaquices do meu pai. Eu me despedi de todos, num “tchau conjunto”. Não fui até ninguém, apenas disse em voz alta “tchau” e quem ouvisse ótimo.
Eu tinha certeza de que quando eu entrasse no “meu” quarto eu iria dormir na hora. Mas decidi experimentar o meu novo jogo de Nintendo. 
O jogo era legal, eu demorei um bom tempo para entender como se jogava. Quando estava pegando o jeito, alguém bateu na porta do meu quarto. Eu pensei em dizer “entra ”, mas como eu não sabia quem era, decidi ir até lá.

- Oi. Posso ficar aqui? – Me assustei quando percebi que era Justin.
- Ahn.. Claro, claro. – Dei passagem a ele.

Ele entrou e ficou no meio do meu quarto, estávamos sem assunto e mal nos encarávamos.

- Ahn, Pode sentar ai. – disse enquanto apontava pra cama.

Sentei-me ao lado dele peguei meu Nintendo e continuei jogando. Para minha felicidade a porcaria da bateria do Nintendo acabou.  E mais uma vez ficou tudo silencioso. Eu fiquei mexendo em minhas unhas, fingindo olhá-las ma, mas na verdade estava “espiando” Justin. Era tão engraçado o jeito dele. Não sei explicar. Ele parece ser tão novo, mas seu jeito é de mais velho, parece ser alguém interessante.

- Justin, você está ai? – Era a voz da Pattie.  – Justin? – Ela batia na porta.
- Oi mãe. To aqui sim.
- Posso entrar?

Justin me olhou com cara de quem queria uma resposta. Eu mexi minha cabeça positivamente.

- Pode.

Pattie entrou.  

- Desculpa incomodar – ela olhava pra mim.
- Que isso Pattie. Incomodo nenhum.
- Ér.. Eu só vim pra dizer tchau. É que já estou de saída.
- Ah, claro. Tchau, até mais. – abracei-a.
- Justin, tchau meu filho. Comporte-se ta?
- arrã mãe. Pode deixar. Tchau, te amo. – eles se abraçaram.

Assim que Pattie saiu, eu decidi puxar assunto.

- Então você vai dormir aqui?
- É... Quer dizer não aqui... mas... tipo, eu vou dormir aqui, mas não no seu quarto. Entendeu? – ele estava muito confuso.
- Ah sim.

O silencio nos pegou mais uma vez. Mas por sorte minha, dessa vez não fui eu quem tive que tomar coragem e falar algo.

- Então... de onde você é?
- Toronto. E você?
- Sou daqui mesmo.
- Hum.
- Você tem quantos anos?
- 14.
- Sério? Eu também!
- Faz aniversario quando?
- Primeiro de março. E você?
- Eu não acredito!
- Como assim?
- Eu faço no dia vinte e oito de fevereiro!
- Nossa!
- Que demais.

Enquanto conversava com Justin percebi que ele era uma pessoa muito legal e que nós éramos muito parecidos.
 Em menos de uma hora já estávamos combinando de sairmos.

- Amanhã você vai fazer alguma coisa? – Pude perceber a segunda intenção na pergunta dele.
- Ahn... sim.
- O quê?
- Ah muitas coisas!
- Tipo...?
- Acordar, tomar café, escovar os dentes, tomar banho, assistir TV, almoçar – Justin me interrompeu.
- Haha’ muito engraçado. Tipo que tal sairmos amanhã?
- Pra onde?
- Não sei, eu tenho uns amigos que moram aqui perto...

Assim que ele falou dos amigos que moravam aqui perto, lembrei-me dos garotos que eu tinha visto andando de skate.

- Eles são bem legais... Nós podíamos assistir a um filme ou ir até o lago que deve estar congelado.

Logo me lembrei de que eu queria ver a neve de Stratford.

- Justin, sabe de uma coisa?
- Muitas.
- Não bobo. Eu digo... Eu sei uma coisa que podemos fazer agora.
- O que?
- Que tal irmos passear agora? É que eu quero sei lá... Ver como é aqui na noite de natal.
- Beleza. Vamos. Só pegue mais um casaco porque lá fora deve estar mais frio.
- Tá. – peguei o casaco, e o segui até a porta do meu quarto.

Descemos as escadas e Jeremy ainda estava lá com meu pai. Minha mãe já tinha ido dormir e meus tios e meus primos já tinham ido embora.
Passamos pelos nossos pais e dissemos que iríamos passear. Eles concordaram.
Assim que saímos já pude sentir o frio que estava fazendo. Estava nevando muito, e o vento era muito frio. Eu gemi de frio e Justin me olhou.

- Quer voltar?
- Não, eu estou bem.
- Ok, mas se quiser é só falar ta?
- arrã.

Meus lábios ficaram roxos, automaticamente, eu batia os dentes de frio, com as mãos no bolso do casaco. Tentava de todo o jeito me aquecer mais era quase impossível.

- Lá em Toronto não é frio?  - Ele havia percebido que eu estava morrendo de frio.
- Sim... mas é que eu quase não saia de noite quando estava muito frio. E aqui, sei lá. Parece ser o Alaska.

Ops. Eu disse Alaska? É eu disse. Ah droga.

- Hahaha, mas fique tranqüila que daqui a pouco você acostuma.
- Será?
- Acho que sim.

Eu quase já não sentia as pontas do meus dedos. Tentei assoprá-los mas não adiantou.

- Está com frio? – Justin me perguntava.
- Arrã. – Meus dentes continuavam batendo.
- Pega minhas luvas. – Ele já estava tirando-as de suas mãos.
- Não. Não precisa, não quero que você fique com frio por minha causa.
- Imagina Mary. Pode pegar, eu é que não quero que você morra congelada por minha causa. – ele me entregou as luvas.

Eu não disse nada e peguei-as. As luvas estavam quentinhas das mãos dele.

- Obrigada. – sorri.
- As ordens. – sorriu meigamente.

Andamos mais um pouco, só era possível ouvir nosso caminhar sobre a neve. Chutávamos pedrinhas congeladas.

- Como é sua vida? – Justin me olhava de canto de olho.
- Ah, como vou te explicar... Bom eu realmente não tenho muitos amigos. Tenho uma melhor amiga, Helena. Eu sou meio idiota enquanto estou com ela, amo passar o dia no computador, amo musica, não gosto de matemática, sou filha única, sou excluída no colégio, tenho uma cadela chamada fumaça. E acho que é isso.

Quando eu disse o nome da minha cadela ele me olhou com uma cara interrogativa.

- Fumaça?! – Ele estava assustado com o nome.
- É... É porque ela é cinza.
- Hum, qual a raça dela?
- Dachshound.
- É aquela raça compridinha? – ele movia as mãos tentando fazer algo parecer comprido.
- Sim... O famoso salsichinha.
- Atá.

Mais uma vez... Silencio.
O natal em Stratford era muito bonito. Parecia aqueles natais de filme, é tranqüilo, um visual antigo, neva, a cidade é muito decorada.

-Vamos nos sentar aqui? – eu tentei fazer com que parássemos de andar um pouco.
- Tá.

Fizemos um montinho de neve e nos sentamos. Ficamos olhando o dia clarear.

CONTINUA...

Amores mil desculpas, mas eu estava doente nesses ultimos dias. ;

Gostaram? espero que sim! 

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XOXO